FENÔMENO DO IMPOSTOR E AUTOESTIMA EM UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO PAUTADO NOS VALORES HUMANOS E NA PERSONALIDADE
Stefany Harumi Nakasato Torales
Izabeli Cristine Rodrigues
Nataly da Cruz Serejo Barbosa
Eduardo França do Nascimento
Ana Karla Silva Soares
O fenômeno do impostor (FI) é definido como aquele no qual o indivíduo não internaliza seu sucesso, atribuindo-o a questões externas, por exemplo, sorte e inabilidade dos outros de verem sua farsa, mesmo com evidências que demonstrem o contrário. Em outros contextos, identificou-se que estudantes com sentimentos impostores mais elevados tendem a apresentar baixa autoestima. Assim, visando identificar outras variáveis que influenciam na formação de objetivos e expectativas para o futuro, guiando comportamentos e expressando cognitivamente as necessidades, adiciona-se os valores humanos e os traços de personalidade a análise do fenômeno do impostor. Deste modo, esta pesquisa objetiva avaliar em que medida e direção o fenômeno do impostor, autoestima, valores humanos e personalidade de estudantes universitários, estão relacionados. Participaram 380 universitários com idade média 23,9 anos (DP= 5,69), variando de 18 a 55 anos, maioria do sexo feminino (63,4%), de universidade pública (90%). Estes responderam a Escala Clance de fenômeno do impostor, Questionário dos Valores Básicos, Inventário dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade, Escala de Autoestima e perguntas demográficas (e.g., sexo e idade). Foram realizadas as análises de correlação de r de Pearson considerando o fenômeno do impostor e os fatores que representam as dimensões de autoestima, valores humanos e personalidade. Os resultados indicaram que o fenômeno do impostor não se correlacionou significativamente com nenhuma das subfunções valorativas, se correlacionou negativamente com os traços de abertura a mudança (r = -0,13), conscienciosidade (r = -0,20) e extroversão (r = -0,17), assim como com os fatores de autoestima autocompetência (r = -0,62) e autoconhecimento (r = -0,75) e positivamente com neuroticismo (r = 0,49). Estes achados sugerem que acadêmicos com elevados sentimentos impostores apresentam níveis baixos de autoestima e mais traços neuróticos de personalidade, sendo estas informações relevantes para elaboração de programas de intervenção que visem a saúde mental dos acadêmicos.
Palavras-chave: fenômeno do Impostor; autoestima; valores humanos; personalidade; universitários.
Disponível na íntegra: https://integra.ufms.br/files/2020/08/Anais-2019_Completo.pdf